Vacina BCG – a famosa marca no braço

Postado em 5 de setembro de 2019 por .

Todos já ouviram falar da vacina BCG que deixa uma cicatriz, a famosa ¨marquinha¨, no braço. Mas será que sabem de que doença ela protege?

A vacina BCG, também chamada vacina contra tuberculose, é uma das principais estratégias da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o controle da mortalidade por formas graves da infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar (espalhada pelo corpo). A sua administração é também recomendada para contatos domiciliares de hanseníase (lepra) como forma de prevenir a doença em indivíduos expostos ao Mycobacterium leprae.

Dra. Rita Cardona (CRM 161446), Infectologista Pediátrica da Pueritia

De que é feita?

A vacina é derivada de uma bactéria chamada bacilo de Calmette-Guérin (BCG). Estes bacilos de virulência atenuada estimulam o desenvolvimento de uma resposta imune específica que permita controlar uma possível infecção posterior.

Como, quando e onde se aplica?

A vacina BCG pode ser encontrada nas Unidades Básicas de Saúde e clínicas privadas de vacinação. É uma dose única aplicada por via intradérmica no braço direito. É indicada de rotina a partir do nascimento até os cinco anos de idade.  

Deve ser aplicada o mais precocemente possível, logo após o nascimento; porém, se o recém-nascido coletar o teste do pezinho para SCID e Agama, tem que aguardar o resultado antes de receber a vacina.

Como evoluiu a lesão vacinal?

É esperado que a lesão vacinal siga esta sequência na maioria dos casos:

  • 1ª a 2ª semana: mácula avermelhada endurecida;
  • 3ª a 4ª semana: pústula, com amolecimento central, seguido de crosta;
  • 4ª a 5ª semana: úlcera (não se deve cobrir nem aplicar medicação tópica);
  • 6ª a 12ª semana: cicatriz, encontrada em cerca de 95% dos vacinados.

É obrigatório ficar com cicatriz vacinal no braço?

Desde fevereiro de 2019, as crianças que não apresentarem cicatriz vacinal após receberem dose da vacina BCG não precisam ser revacinadas. Esta medida foi implementada após estudos comprovarem a sua eficácia também em crianças que não ficam com cicatriz depois da vacina.

Quem não pode tomar?

Portadores de imunodeficiência primária ou adquirida, imunossuprimidos e grávidas. A vacinação deve ser adiada no recém-nascido com menos de 2 quilos, até atingir este peso.

Vacina BCG

Se na maternidade optarem por fazer o Teste do Pezinho para SCID e AGAMA, é necessário aguardar o resultado antes de realizar a vacina BCG. Este teste detecta um grupo de doenças genéticas graves nas quais não há produção de células de defesa T e/ou B, nem de anticorpos protetores. Como a vacina BCG é vacina de bactéria atenuada, esta tem capacidade de replicar e causar doença em pessoas com imunodeficiências.

Quais os eventos adversos?

Os eventos adversos podem ser desde aumento do tamanho da úlcera, abscessos e aumento ganglionar, até formas mais graves, como disseminação dos bacilos em diferentes órgãos, sendo importante investigar imunodeficiência nestes casos. Estes eventos devem ser notificados.

Atenção: o impacto da prevenção das formas graves de tuberculose está dependente da alta cobertura vacinal, razão pela qual é tão importante que toda criança receba a vacina BCG.

Se você tem dúvidas sobre a evolução da lesão vacinal do seu bebê ou quiser se informar mais sobre esta vacina, agende consulta com a nossa Infectologista Pediátrica, Dra. Rita Cardona.