A triste realidade do suicídio infantil

Postado em 25 de setembro de 2018 por .

O Setembro Amarelo é um movimento mundial que tem como objetivo conscientizar a população sobre a realidade do suicídio – inclusive, o suicídio infantil. Acabar com o tabu do tema é o primeiro passo para o sucesso da prevenção!

psicóloga infantil

Dra. Beatriz Zilli é psicóloga infantil na Clínica Pediátrica Pueritia

A taxa de suicídio tem aumentado drasticamente segundo a Organização Mundial da Saúde, e o suicídio infantil cresce nas faixas entre 10 e 14 anos (40%) e 15 a 19 anos (33%). O aumento expressivo de casos de suicídio na infância e adolescência se deve a diversos fatores.

O suicídio é um fenômeno de causa múltipla e está totalmente ligado às doenças mentais. A depressão e transtorno bipolar do humor são as principais condições relacionadas ao suicídio. O aumento de abuso de substâncias psicoativas (álcool e droga) e violência intrafamiliar (agressão física, abuso sexual e negligência) também justificam o aumento.

Hoje em dia, os jovens vivem sobrecarregados de informações e afazeres e, consequentemente, são fortemente cobrados a desempenharem um excelente papel, de modo constante. Quando essas expectativas não são alcançadas, a frustração e a depressão se tornam presentes em muitos casos.

Conectado com isso, o bullying também possui um papel bastante representativo nesse tema. Crianças que sofrem bullying podem sofrer consequências emocionais graves por não serem aceitas da maneira que são, seja por colegas ou familiares.

 

Depressão

O processo de suicídio consiste em três fases:

  • Ideação: quando o paciente começa a pensar na ideia de colocar fim a seu sofrimento;
  • Planejamento: a pessoa pensa, de fato, como executar o pensamento;
  • Idealização: a execução do ato.

suicídio infantilAo longo desse processo, os pais podem (e devem) perceber dicas que as crianças dão e devem ficar atentos caso ocorra uma mudança drástica na rotina delas. Frases como “não quero mais viver”, “não quero sair da cama”, “minha vida não tem valor” são fortes indicativos nesse âmbito.

É importante ensinar os pequenos desde muito cedo a desenvolver uma percepção aguçada sobre seus próprios sentimentos. Essa é a principal maneira para que as crianças encontrem alternativas para lidar com o sofrimento.

Já para os pais, é necessário entender o sofrimento da criança, acompanhar seu estado emocional e ajudá-la. Os pais devem apresentar interesse em saber sobre a rotina do filho e se colocar à disposição caso a criança precise de um acolhimento emocional.  Caso esses comportamentos persistam, é recomendado que procurem por ajuda profissional.

Não negue a sua situação familiar, pois este tema não pode esperar! Procure ajuda ao primeiro sinal. Vamos fazer valer o Setembro Amarelo! Vamos salvar a vida dos nossos pequenos!