Muito comum hoje em dia em crianças, a Alergia Alimentar (AA) é uma doença consequente de uma resposta imunológica que ocorre após a ingestão e/ou contato com um ou mais alimentos. A AA é classificada de acordo com o tempo que os sintomas levam para aparecer:

- Mediada por IgE – quando os sintomas podem surgir em minutos e até duas horas após a ingestão ou contato com o alimento;
- Não mediada por IgE – quando os sintomas são mais tardios;
- Mistas – como casos de dermatite atópica e esofagite eosinofílica.
O tratamento baseia-se na exclusão do(s) alimento (s) envolvido(s) e sabe-se que essa exclusão pode trazer prejuízos ao crescimento, ganho de peso e consumo alimentar das crianças.
O diagnóstico da Alergia Alimentar dever ser feito sempre pelo médico e, a partir daí, a dieta de exclusão deve ser orientada, afim de garantir as necessidades nutricionais da criança para que ela cresça e ganhe peso de forma adequada.
Os culpados e como compensar suas faltas
O leite de vaca é o alimento mais relacionado às reações em Alergia Alimentar, mas alimentos como ovo, trigo, soja, castanhas, frutos do mar e frutas também podem estar envolvidos.
O aleitamento materno deve ser ofertado, sempre que possível, até os seis meses do bebê de forma exclusiva e mantido, junto com a alimentação complementar, até os dois anos ou mais.

O médico vai determinar se a mãe deverá ou não fazer dieta de exclusão dos alimentos envolvidos e, caso isso seja necessário, a mesma deverá receber orientações adequadas em relação a:
- Uso de suplementação: uma dieta muito restrita pode trazer prejuízos nutricionais; no caso da exclusão de leite de vaca pela mãe, é preciso que ela receba suplementação de cálcio;
- Alimentos substitutos: opções do que consumir no lugar dos alimentos que devem ser excluídos, além de opções para substituir em receitas, já que, muitas vezes, numa dieta com muitas restrições, comer fora de casa se torna uma tarefa muito difícil;
- Leitura de rótulos: estar atento aos alimentos que são consumidos. Importante ler as informações do rótulo para saber se pode ou não ingerir determinado alimento.
Outras opções para substituir o leite de vaca
No caso de o aleitamento materno não poder ser mantido, existem opções de fórmulas que podem ser utilizadas para substituição do leite de vaca, quando for o caso, como, por exemplo, a fórmula de soja (que deve ser ofertada para crianças a partir de seis meses que não apresentem alergia à soja), fórmula extensamente hidrolisada com ou sem lactose e fórmula de aminoácidos livres.
A escolha da fórmula vai depender do tipo de Alergia Alimentar e dos alimentos envolvidos. As orientações em relação ao uso de suplementação, alimentos substitutos e leitura de rótulos citadas acima também devem ser passadas à família para que a criança receba opções de substitutos adequados.

A partir dos dois anos de idade, desde que a criança esteja em bom estado nutricional, as bebidas vegetais podem ser utilizadas, mas vale ressaltar que o seu valor nutricional é diferente do leite de vaca ou de fórmulas especiais, sendo fundamental o acompanhamento nutricional para que o cardápio esteja adequado às necessidades da criança. Ainda assim, as bebidas vegetais são excelentes opções para substituir o leite de vaca em preparações e receitas culinárias.
Alergia múltipla
No caso de alergia alimentar múltipla, uma das grandes dificuldades é como substituir certos alimentos em preparações para ter uma alimentação mais variada. Algumas opções são:
- Ovo: em receitas, o ovo pode ser substituído por purê de fruta (maçã ou banana) ou purê de inhame. Na alimentação em geral, a oferta de carne, frango ou peixe deve ser mantida no almoço e no jantar;
- Trigo: o uso de tapioca pode ser feito para substituir o pão por exemplo. Em receitas, o trigo deve ser substituído por uma mistura de farinhas como a de arroz, amido de milho e fécula de batata;
- Soja: oferecer outras leguminosas, como feijão, grão de bico, lentilha.
Considerando-se as restrições que são necessárias no tratamento da Alergia Alimentar, o acompanhamento médico e nutricional é fundamental para que a família receba as orientações necessárias e a criança tenha o aporte nutricional adequado às suas necessidades. Por isso, nós, da Pueritia, estamos sempre à disposição para dar esse suporte.