Bronquiolite: virose frequente no outono/inverno que atinge o pulmão

Postado em 18 de maio de 2017 por .

pediatra

Dra. Paula Jungmann Brito, pediatra geral e endocrinologista pediátrica da Clínica Pediátrica Pueritia

A bronquiolite é, atualmente, a causa mais frequente de internação hospitalar no primeiro ano de vida do pequeno. Trata-se de uma doença aguda do trato respiratório inferior (traqueia, brônquios e bronquíolos), que acomete principalmente as crianças menores de dois anos, nos meses de outono e inverno.

A doença é ocasionada por diversos vírus, sendo o principal deles o vírus sincicial respiratório (VSR), transmitido por contato direto com secreções respiratórias, ou até mesmo pelas mãos de pessoas contaminadas ou objetos. Além disso, muitos vírus respiratórios têm a facilidade de viajar pelo ar a partir de saliva e espirros.

 

Respiração acelerada e chiado no peito

Os sinais iniciais são muito semelhantes aos de um resfriado comum: coriza, espirros, tosse e febre baixa. Porém, depois de cerca de 3 a 4 dias, a criança evolui com piora da tosse, cansaço – respiração mais acelerada – e chiado no peito.

As crianças que têm maior risco de evoluir para um quadro grave são as menores de três meses, que nasceram prematuras, com baixo peso, que possuem alguma cardiopatia ou quadro pulmonar crônico e as imunodeficientes – nas quais seu sistema imunológico é incapaz de estabelecer uma imunidade efetiva.

O diagnóstico é clínico: o pediatra descobre pela história e exame físico do paciente. Porém, pode ainda ser solicitado exame de raios X de tórax para avaliar complicações, como pneumonia ou atelectasia – quando uma parte do pulmão se fecha.

Um exame especifico para identificar qual vírus está causando os sintomas é feito pela coleta da secreção nasal ou da garganta e é disponível em alguns centros, principalmente nos casos de quadros mais graves que necessitem de internação. Exames de sangue não são recomendados de rotina, mas podem ser realizados em casos selecionados.

 

Lave as mãos e evite locais fechados

O tratamento consiste em hidratação, oxigenioterapia – se necessária – e inalação, que pode ser feita com soro fisiológico ou, eventualmente, com outras medicações.

Após a avaliação do pediatra, se não houver desconforto respiratório, a criança pode ser tratada em casa, com acompanhamento ambulatorial. Porém, se o paciente necessitar de oxigênio ou apresentar sinais de gravidade, deve permanecer internado.

Medidas que ajudam na prevenção da bronquiolite:

  • Aleitamento materno;
  • Lavar as mãos com frequência (ao chegar em casa e sempre antes do contato com a criança);
  • Evitar locais fechados e com aglomerações;
  • Não realizar contato de menores de dois anos com pessoas doentes;
  • Manter a vacinação da criança em dia.

Algumas crianças têm ainda indicação do uso da vacina Palivizumabe (VSR): as nascidas prematuras e/ou que tenham alguma doença simultânea (comorbidade) que aumente o risco de infecção grave (problemas cardíacos, pulmonares ou da função imune).

O mais importante é estar atento aos sintomas e sua evolução, além de sempre procurar um pediatra para uma avaliação mais específica e acompanhamento do quadro. Conte com os especialistas da Clínica Pueritia para te auxiliar – marque uma consulta!