Os perigos da cama compartilhada

Postado em 13 de maio de 2021 por .

Dr. Luiz Braga
Dr. Luiz Braga, Pediatra Geral da Pueritia

Nem sempre a hora do sono significa um momento de descanso, principalmente para os pais e responsáveis de primeira viagem: é difícil pregar o olho estando longe do filho. 

“Mas e se ele chorar no outro quarto e eu não ouvir?”, “E se o bebê precisar de mim?” – estes são questionamentos comuns, por isso muitos acabam trazendo o pequeno para a cama, que se torna compartilhada. Mas será que isso é uma prática segura?

Existem recomendações relacionadas à idade da criança, que levam em conta sua segurança. Cada família deve analisar seu contexto para evitar eventos desastrosos, como a morte súbita do lactente. Lógico, também devemos pensar no bem-estar da família e adaptar à sua realidade.

Por que a cama compartilhada não é recomendada?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) contraindica o uso da cama compartilhada, pois aumenta o risco de Síndrome de Morte Súbita do Lactente (SMSL), de sufocamento pelos travesseiros e lençóis dos pais, e até mesmo pelo contato com o corpo deles em sono profundo.

O recomendado é que o bebê durma no quarto dos pais até os 6 meses de idade, e em berço próprio, assim os responsáveis podem supervisionar, ficar pertinho e manter a segurança do pequeno. Depois dessa idade, pode transferir o berço para um quarto só do bebê.

Por outro lado, sei que o cansaço fala mais alto, e que às vezes o bebê só dorme enquanto mama, que todos desejam criar o laço afetivo familiar, e que cada família precisa se adaptar para ter uma boa noite de descanso. Então uma boa sugestão é juntar o berço com a cama de casal, se a altura dos colchões for a mesma, ou então colocar o bebê no berço no mesmo cômodo após a amamentação.

Segurança no berço

Cama compartilhada

Mesmo no berço, os cuidados continuam: nada de travesseiros, cobertores, ursinhos de pelúcia, almofadas e protetores de berço altos e largos. Eu sei que os kits de revistas são lindos, mas é melhor esquecer.

Esses itens aumentam a chance de sufocamento do pequeno, que ainda não tem controle motor e pode acabar se enrolando sem querer.

Não se esqueça de verificar o selo de aprovação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) antes de comprar o berço – a altura mínima é de 60 cm a partir do estrado, com espaçamento entre as grades de 4,5 a 6,5 cm.

São muitos os detalhes, principalmente no comecinho da maternidade, por isso me coloco à disposição para ajudar, orientar e tirar as suas dúvidas. Agende uma consulta comigo – na Pueritia também temos a opção de atendimento online!