O perigo do energético para crianças e adolescentes

Postado em 16 de maio de 2019 por .


Dra. Renata Magalhães Boaventura (CRN3-43885), nutricionista da Clínica Pediátrica Pueritia

Antes de tudo, é importante entendermos o que são as bebidas energéticas: compostas por estimulantes como a cafeína, guaraná, taurina, ginseng, l-carnitina e glucoronolactona, elas possuem quantidades diversas de carboidrato (na maioria das vezes, açúcar), proteína, vitaminas e sais minerais.

A cafeína, por exemplo, é conhecida mundialmente e pode ser encontrada em bebidas como café, chás e em alguns tipos de refrigerantes. Dentre os seus efeitos no organismo humano, podemos citar o aumento do estado de alerta, diminuição da fadiga e melhora na concentração. Entretanto, pode causar diversos efeitos adversos: náuseas, palpitações, taquicardias, dores de cabeça, insônia, ansiedade e irritabilidade.

Apesar dos adolescentes serem mais conhecidos por ingerir a bebida, estima-se que o consumo de alguns comece aos 12 anos – por isso, é preciso ficar atento: consumido frequentemente, o energético também eleva o risco de obesidade e de condições associadas à alta ingestão de açúcar, como o surgimento de cáries nos dentes e diabetes.

Riscos do consumo

Entre os adolescentes, a escolha por bebidas energéticas é baseada através da publicidade feita pelas indústrias sobre os efeitos do seu consumo, como aumento na capacidade de desempenho e atenção. Porém, vale ressaltar que os efeitos adversos são muitos e a ingestão, quando realizada, deve ser feita de forma moderada, porque, em excesso, pode:

  • Aumentar a pressão arterial;
  • Causar distúrbios no sono;
  • Em gestantes, pode levar a abortos tardios e recém-nascidos com baixo peso.

Além disso, principalmente na adolescência, o consumo dessas bebidas é, muitas vezes, associado à ingestão excessiva de álcool em conjunto, ocultando os sinais e podendo levar a uma dependência. De acordo com estatísticas de consultorias realizadas pela BBC, no Brasil, o mercado do energético obteve um crescimento médio de 27%, nos últimos anos.

E o consumo de café para crianças e adolescentes?

O consumo de café entre crianças e adolescentes deve ser moderado e, em crianças menores de 2 anos, não é recomendado, pois, devido à cafeína, pode deixar a criança muito agitada.

É importante ter cuidado com a quantidade ingerida, evitando os excessos, e ficar atento para não utilizar grandes porções de açúcar para adoçar a bebida.

Um pouco de café misturado ao leite, de manhã, não vai fazer mal. O grande problema é quando o consumo fica excessivo, o que pode causar diversos problemas. Lembre-se: o equilíbrio na alimentação é sempre o melhor caminho!

Tendo dúvidas sobre energético e outros alimentos, conte comigo e com os demais especialistas da Pueritia para esclarecê-las.