Gripe exige, sim, atenção e cuidado!

Postado em 11 de maio de 2017 por .

Dra. Ana Carolina Rozalem Reali, pediatra geral, alergista e imunologista da Clínica Pediátrica Pueritia

Quando a temperatura cai, os casos de gripe aumentam. A época de vacinação contra a doença começou e, por isso, reunimos informações importantes para você entender mais sobre essa enfermidade, como prevenir e cuidar de seu pequeno.

A gripe, causada pelos vírus influenza A e B, é uma doença potencialmente grave e muito temida nos meses mais frios do ano. Diferente do resfriado comum, é uma infecção respiratória mais potente no ataque ao nosso sistema imunológico e pode atingir diretamente os pulmões e levar a internações e oxigenioterapia.

Transmitida de pessoa para pessoa, principalmente pelo contato com secreções (tosse, espirro, coriza e fala), a gripe também pode ser pega através de objetos contaminados. Os grupos mais vulneráveis – chamados “grupos de risco” – são as crianças menores de cinco anos, e principalmente as com menos de dois. Idosos e os indivíduos com problemas de saúde também merecem atenção redobrada.

 

Quais os sintomas?

O período que leva para os sintomas aparecerem após contato com o vírus é de um a quatro dias. A transmissão é maior nas primeiras 48 horas de sintomas, mas vai até o 10o dia de doença e, em alguns casos, pode começar dois dias antes do início dos sinais.

Os sintomas tradicionais são: febre (de início repentino e geralmente alta), dor de cabeça, dor no corpo e indisposição associadas a sintomas respiratórios, como tosse, coriza e dor na garganta. Crianças pequenas podem não ter as manifestações respiratórias tão exuberantes, mas apresentarem febre alta, má aceitação alimentar e até diarreia e vômitos.

 

Complicações: de otite a pneumonia

Pessoas com gripe comum não complicada melhoram em torno de uma semana, mas a tosse pode se manter por mais tempo, principalmente em crianças. No entanto, não é incomum que a doença evolua com complicações como otite média aguda, que ocorre em 50% dos pequenos com influenza, e inicia-se de quatro a cinco dias após os sintomas respiratórios.

A pneumonia é a principal complicação grave do vírus e ocorre em especial no grupo de risco. Pode levar à internação devido ao risco de infecções bacterianas associadas, que podem ser letais.  Outras complicações graves e relativamente comuns incluem:

  • Exacerbação de asma ou chiado em pacientes que já têm esse antecedente;
  • Insuficiência respiratória;
  • Laringites ou laringotraqueítes.

A maioria dos laboratórios e serviços de saúde dispõe de testes rápidos para detecção do vírus. Tal exame é importante, pois há um tratamento que ajuda a diminuir a multiplicação viral, mais efetivo se iniciado nas primeiras 48 horas de sintomas.

Vírus modificado exige vacinação anual

Uma importante maneira de manter seu filho longe da doença é com a vacinação! A vacina para a gripe é anual, pois o vírus se modifica muito e, a cada ano, são incluídos novos subtipos. Ela está disponível até 26 de maio no SUS para um grupo específico:

  • Crianças de seis meses a cinco anos;
  • Idosos maiores de 60 anos;
  • Gestantes;
  • Mulheres que acabaram de dar à luz (até 45 dias após o parto);
  • Professores da rede pública e privada;
  • Trabalhadores de saúde;
  • Indígenas;
  • Presos e trabalhadores do sistema prisional;
  • Indivíduos com doenças crônicas desde com prescrição médica.

No entanto, o restante da população também deve ser vacinado e a vacina está disponível na rede privada a partir de R$ 130.

 

Recadinhos finais

Mamães, papais e demais cuidadores de crianças menores de seis meses: elas ainda não podem receber a vacina, mas é preciso que, quem cuida delas, se proteja para que não transmitam o vírus.

Apresentar uma infecção por influenza não impede de adquirir outra na mesma temporada de outono/inverno!

Lave sempre as mãos e use álcool gel. Vacinar todos os pertencentes ao grupo de risco e diminuir o acesso de crianças pequenas a conglomerados de pessoas são algumas maneiras de se proteger!