Algumas pessoas podem pensar que essa condição é um quadro de lúpus que tem esse nome só porque começa logo no período neonatal, com sintomas e tratamentos muito semelhantes ao dos adultos e adolescentes, mas na verdade não é isso que acontece! O diagnóstico pode gerar preocupação em um primeiro momento, mas vou explicar melhor sobre as causas do lúpus neonatal e o impacto no acompanhamento do bebê!
O lúpus neonatal é causado pela passagem de alguns anticorpos (Ro, La e RNP) da mãe para o bebê durante a gestação, gerando uma espécie de inflamação em alguns tecidos do corpo. Esses anticorpos estão presentes em algumas doenças reumáticas, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e a síndrome de Sjögren, ou podem surgir de maneira isolada, mesmo sem ainda um diagnóstico de doença autoimune.
Mas isso não acontece com frequência. A condição acomete cerca de 2% dos filhos de gestantes que têm os anticorpos no sangue, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Porém, se houver um diagnóstico de lúpus neonatal no primeiro filho, as chances de isso ocorrer são maiores nas próximas gestações.
Manifestações clínicas do lúpus neonatal
Alterações cardíacas, no sangue, sistema nervoso, fígado e manchas na pele são alguns sinais e sintomas que o bebê pode apresentar em caso de lúpus neonatal. De início, parece tudo muito grave, não é mesmo? Mas a maioria é transitória e tem melhora conforme o tempo vai passando, sem necessidade de tratamento.
Porém, as alterações cardíacas são as que mais requerem atenção, desde o período intra-uterino, podendo ser indicado até o uso de marcapasso.
No geral, as complicações causadas pelo lúpus neonatal são transitórias e respondem muito bem aos tratamentos. Durante os seis primeiros meses de vida, as consultas com o reumatologista pediátrico são de extrema importância para acompanhar o caso.
Com o passar dos meses, o bebê vai eliminando esses anticorpos e até os 2 anos de idade tendem a desaparecer totalmente.
Condição pode ser investigada durante a gestação
Mamãe, se você tem o diagnóstico de alguma doença autoimune, solicite ao obstetra os exames necessários para avaliação do caso. Algumas alterações cardíacas no bebê, por exemplo, podem ser tratadas antes mesmo do nascimento, promovendo mais qualidade de vida para a criança.
Além disso, para quem não sabe, as consultas com o pediatra podem começar durante a gestação. Se houver necessidade, o reumato-pediatra também pode começar a avaliação do caso o quanto antes e indicar possíveis meios de tratamento para o lúpus neonatal.
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