Ouvir seu filho não quer dizer mimá-lo!

Postado em 10 de dezembro de 2021 por .

Você já tentou ouvir seu filho para saber o que ele quer, as vontades ou desejos? Não, isso não é o mesmo que mimar, quando você impõe limites para aquilo que não é possível ou não pode. 

Vou te contar um exemplo de como ouvir seu filho e explicar como isso faz muito bem para eles e para nós, os pais. Eu realmente vivi essa situação há um tempinho e acabei escrevendo essa reflexão:

Hoje, trabalhei o dia todo e meu filho ficou na casa dos meus pais, como normalmente ele fica. Mas amanhã, estarei novamente de plantão e meu marido também vai trabalhar. Por isso, pensamos em deixá-lo dormindo na casa dos avós mesmo, pois seria mais fácil e prático para nós não ter que desviar 10 km do trabalho (que é a 2 km de casa) para levá-lo até lá e depois ir trabalhar.

Combinamos de ir jantar na casa dos meus pais, ficar um pouco com meu filho e depois voltar para casa sem ele. Tudo foi como combinado. Exceto que ele não quis ficar! Quando fui colocá-lo para dormir lá, ele ficou falando: ‘casa do Babi, quero ir para a casa do Babi’ – ele se chama de Babi.

E o que fizemos? Levamos ele de volta para casa! Por quê? Porque por mais que seja mais exaustivo levantar mais cedo e levá-lo de volta amanhã para a casa dos meus pais, queremos que ele saiba que na nossa família ele é respeitado!”

Outro caso: no dia da foto deste post, por exemplo, ele quis tirar a roupa toda e colocar o roupão – porque o pai dele fica assim em casa. Estava meio frio, mas tudo bem. Eu deixei, porque não fazia sentido não deixar, sabe? Não ia fazer mal para ele fazer isso, não ia atrapalhar nada, e era algo que ele queria!

Respeite o seu filho!

Aí, os palpiteiros de plantão dirão: ‘ah, mas vocês fazem todas as vontades dele! Vocês estão mimando ele demais!’ Não! E digo sem medo de errar: nós estamos vendo-o como uma pessoa, quem ele verdadeiramente é, e não apenas um objeto sem desejos e vontades. Queremos que ele saiba que dentro da nossa família ele sempre vai ter voz! Ele será ouvido!

‘E você sabe o limite disso?’ Eu sei! Eu sei o que não faz bem para ele e nisso não tem conversa – ele pode pedir, querer e espernear, que eu não darei. Mas também não é um ‘não’ só pelo ‘não’. É um ‘não’ com diálogo. Explicando os motivos daquilo não ser possível de se realizar ou ter.

Boa parte das birras pode ser atribuída a essa dificuldade que temos de ouvir nossas crianças e dialogar com elas. Muitas vezes eles querem autonomia ou algo simples e, às vezes, só nos falta ouví-las.Essa ideia de que os adultos mandam e as crianças obedecem é bem ultrapassada. Gosto de uma frase que diz que “devemos seguir as crianças sendo seus líderes”.

Lembre-se: sua criança é uma pessoa, não um boneco. E ela tem vontades e ideias próprias. Ouvir seu filho é respeitoso! Respeite seus filhos. Se ele conhece o respeito dentro de casa, é improvável que ele se deixe desrespeitar por outras pessoas – por exemplo em relacionamentos abusivos.

E o mais importante: crianças muito apegadas tornam-se adultos confiantes! Eles sabem que o porto seguro deles está lá e assim conseguem voar!