Puerpério: vou dar conta de ser mãe?

Postado em 7 de janeiro de 2019 por .

Assim que você se torna mãe, começa uma fase chamada puerpério, que compreende o período desde o pós-parto até o 45º dia ou mais. São dias intensos, recheados de amor, mas também de muito cansaço, medo e dúvidas.

pediatra

Dra. Márcia Fonseca, pediatra geral da Clínica Pediátrica Pueritia

O puerpério imediato, do 1º ao 10º dia, considero o mais difícil, pois chega com a rotina exaustiva de cuidados com o bebê, privação de sono, trocas de fralda, amamentação em livre demanda, noites solitárias, perda  do controle da casa, palpites vindos de mil pessoas e lugares,  e ainda tem a queda de hormônios que, por si só, já te faz sentir mais cansada e desanimada… Ufa!

É comum você achar que não vai dar conta, que não era assim que imaginava. Fique calma: você não está sozinha. Para você que está vivendo essa fase, mando um abraço apertado e algumas dicas:

  • Não se culpe! Tudo bem você estar cansada, tudo bem a casa ficar bagunçada por um tempo, tudo bem você também querer colo;
  • Chore quando tiver vontade, externe seus sentimentos, converse com alguém, principalmente que a entenda e te faça sentir melhor;
  • Peça e aceite ajuda! Você não vai ser uma mãe melhor se passar por isso sozinha. Se te oferecerem para cozinhar, limpar a casa, trocar o bebê, aceite, se dê um tempo, um banho de dez minutos pode fazer bem;
  • Tenha ao seu lado quem te faz bem e te deixa tranquila; livre-se das obrigações de fazer sala e das visitas se assim você preferir;
  • Não ligue para comentários do tipo: ‘na minha época era diferente’, ‘eu fazia tudo sozinha’, ‘seu leite é fraco’;
  • Se estiver muito angustiada, muito chorosa, sem apetite e com insônia, converse também com um profissional pediatra ou seu ginecologista;
  • Não se cobre por seu corpo não ser o mesmo; ele realmente não é e é justamente nesse período que ele vai voltando ao estado pré-gestação.

puerpério

 

Pra você que é parte de uma rede de apoio, também mando um abraço porque não vai ser fácil:

  • Esteja lá, acolha os choros, abrace, entenda a oscilação de humor e a irritabilidade;
  • Diminua a carga mental da mãe, repare se falta fralda, fruta, sabão em pó e reponha, troque a fralda do bebê ou dê o banho, faça um jantar que ela goste, lave a louça, lave a roupa do bebê… Será um alívio não ter que pensar nisso, acredite!
  • Não fale coisas do tipo: ‘na minha época fiz tudo sozinha’, ‘eu não fiquei assim’, ‘nunca vi ninguém assim’, ‘você não vai dar conta’, ‘você ainda não viu nada’. Não fale!
  • Tenha os contatos do ginecologista e do pediatra e, caso ache que algo está errado, avise! É preciso avaliar se alguns casos não se tratam de depressão pós-parto.

E, sim: você vai dar conta de ser mãe, você já é mãe e ótima por sinal! O puerpério é uma fase, intensa e dolorida, mas vai passar.

Sabia que hoje, com meu filho com 1 ano e 5 meses, eu já tenho saudades desses primeiros dias? Pois é, nunca pensei que diria isso. O fato é que cada etapa tem sua importância, aprendizados e crescimento, e assim é o puerpério. Aprendemos com ele, crescemos com ele – para o bem da nossa família!