Pequena amostra de sangue retirada do calcanhar dos recém-nascidos: é assim que acontece o famoso e essencial teste do pezinho. Conhecido também como teste de Triagem Neonatal, o exame é simples, rápido e seguro, e serve para diagnosticar precocemente algumas doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, antes mesmo do bebê apresentar sinais ou sintomas.
De tão importante para os pequenos, ganhou até uma data comemorativa. Todo ano, em 6 de junho, é celebrado o Dia Nacional do Teste de Pezinho, instituído pelo Ministério da Saúde. E quando deve ser realizado? Após 48 horas de vida e, preferencialmente, antes do 5º dia; já nos casos especiais, como os bebês prematuros ou com peso menor que dois quilos, o teste deve ser coletado à admissão na UTI neonatal, com 48 horas e repetido aos 28 dias de vida.
Em uma reportagem de 2019, o Ministério da Saúde afirmou que, em cinco anos, mais de 17 mil recém-nascidos foram diagnosticados com alguma das doenças detectáveis pelo Teste do Pezinho, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo as condições mais frequentes: hipotireoidismo congênito e a doença falciforme, respondendo juntas em 77% dos casos; ou seja, todo cuidado é pouco e o exame é essencial!
Quanto mais rápida a identificação e início do tratamento de alguma enfermidade, maior a possibilidade de prevenir quadros clínicos graves, sequelas e até mesmo a morte – por isso a coleta deve ser realizada no momento adequado, sempre.
O furinho que muda o futuro do pequeno
Atualmente, a rede pública de saúde de todo o país oferece gratuitamente a versão básica do teste, que detecta seis doenças. Na rede privada, a maioria das maternidades disponibiliza o teste ampliado, que analisa geralmente 30 doenças, dentre elas: deficiência de G-6-PD, galactosemia, leucinose e toxoplasmose congênita. A seguir, explicamos algumas das principais condições que podem ser detectadas.
Fenilcetonúria
Pode causar atraso importante do desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência mental e convulsão. O tratamento é a exclusão de fenilalanina da dieta que, neste caso, é produzida em excesso.
Hipotireoidismo Congênito
Se não tratado nos primeiros meses de vida, pode causar deficiência mental grave e baixo ganho de peso/déficit de crescimento importantes.
Anemia falciforme
Uma alteração do formato da célula vermelha do sangue leva a uma anemia grave, maior risco de infecções, crises de dor em membros ou outros locais onde o fluxo de sangue ficar prejudicado. Medicações e, às vezes, transfusões são necessárias para melhor controle da doença.
Fibrose cística
Um muco espesso é produzido em diversos órgãos, facilitando infecções respiratórias de repetição e problemas digestivos, entre outros. Apesar de ainda não ter cura, diversas medidas terapêuticas têm melhorado a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes afetados.
As gotinhas de sangue que valem a pena
Trazido para o Brasil em 1976, pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) [entra link https://apae.com.br/], o exame de triagem neonatal é obrigatório por lei em todo o território nacional, e oferece a opção gratuita no país desde 1992. Alguns municípios, inclusive, não permitem que o pequeno seja registrado em cartório se não tiver feito o Teste do Pezinho.
A amostra de algumas gotinhas de sangue do calcanhar do bebê, que citamos no início do texto, é retirada e enviada para análise. Sabemos que muitos pais sofrem na hora da picadinha, mas a coleta acontece justamente nessa região do corpo por conter grande fluxo sanguíneo.
Vale lembrar que estes exames não são diagnósticos, mas sim uma triagem para encontrar o maior número possível de casos. Assim, os positivos necessitarão de exame posterior mais detalhado, avaliação de um especialista e, se confirmado o diagnóstico, o respectivo tratamento.
Ainda tem dúvida sobre o teste do pezinho? Não deixe de esclarecê-las: a equipe da Pueritia fica à disposição – escreva para nosso WhatsApp (11) 95698-8076.