Dificuldade na comunicação, interação social e linguagem, além do comportamento estereotipado, com movimentos repetitivos – assim é caracterizado o autismo, ou transtorno do espectro autista, uma síndrome comportamental do desenvolvimento. E o tratamento do autismo? A intervenção precoce é extremamente recomendada!

Dra. Beatriz Zilli é psicóloga e neuropsicóloga infantil na Clínica Pediátrica Pueritia (CRP 06/139056)
Inicialmente, vamos entender como ele surge. O autismo possui causas múltiplas, é genético e, portanto, presente desde o nascimento. E o que mais preocupa os pais e responsáveis é a perspectiva futura de saber se o pequeno terá a autonomia esperada – é aí que entra a importância da intervenção precoce, que deve ser realizada antes dos dois anos de idade.
Desde bebê, já se pode perceber algumas indicações: falta de contato visual dele com a mãe durante a amamentação, falta ou atraso importante dos balbucios ou tentativas de comunicação quando estimulados e falta de interesse pela face humana.
Diagnóstico antes dos dois anos: um futuro mais tranquilo
É extremamente importante que o diagnóstico de autismo seja feito nessa etapa, pois, assim, o especialista tem um tempo hábil para minimizar os impactos que a criança terá ao longo da vida, e o tratamento do autismo terá efeitos reais.
Por exemplo, quando é descoberto antes dos dois anos, a criança está muito mais preparada a aprender coisas novas, pois ela ainda não está no processo de alfabetização escolar.
Outro ponto é a neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro da criança de se reorganizar. Caso o cérebro tenha alguma dificuldade, ele estará preparado para procurar novas estratégicas e compensar essa dificuldade, e quanto mais nova a criança, mais neuroplasticidade ela tem – ou seja, o diagnóstico mais cedo possibilitará mais chances de reabilitação.
Com o tempo, outra questão é que as conexões neuronais também vão se assentando, então fica muito mais difícil fazer uma intervenção de extrema qualidade com uma criança de cinco anos, quando comparada a uma de dois. A intervenção precoce é realmente a tentativa de minimizar os impactos que a criança vai terá com o autismo no decorrer da vida!
Começar a intervir o quanto antes irá auxiliar na hora de desenvolver as habilidades da linguagem, as habilidades sociais de interação e minimizar os comportamentos estereotipados.
Por isso, fique atento! E, havendo desconfiança, procure o psicólogo infantil para uma avaliação e diagnóstico preciso e, assim, o prognóstico do pequeno será melhor. Quanto mais precoce for a intervenção, melhor resultado a criança terá ao longo da vida – o acompanhamento e amor são essenciais!