Xixi na cama: até quando é aceitável?

Postado em 26 de outubro de 2017 por .

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Dra. Márcia Fonseca, pediatra geral da Clínica Pediátrica Pueritia

A criança dorme profundamente e, então, o xixi “escapa” durante a madrugada. É proposital? É consciente? Ela poderia chamar os pais ou se deslocar ao banheiro a tempo? Adianta dar bronca?

Não se pode chegar a conclusões precipitadas: é preciso avaliar cada caso.

O nome técnico de fazer xixi na cama a noite é “enurese noturna”, e caracteriza-se por ser involuntária, ocorrer pelo menos duas vezes por semana e em crianças a partir de 5 anos – cerca de 15% acima dessa idade apresentam a condição.

Pode ser classificada em primária – se, depois do desfralde, a criança não ficou mais do que seis meses sem perder urina à noite – ou em secundária – se houve essa pausa e a criança voltou a urinar na cama.

É essencial uma avaliação detalhada de cada caso pelo pediatra, pois ela poderá diferenciar a enurese de outras causas de perda urinária, iniciar o tratamento precoce e encaminhar para um especialista em caso de ser constatada outra doença simultânea.

O controle de “segurar” o xixi à noite acontece após os 2 anos de idade, quando as crianças já conseguem ter a sensação e avisam que querem fazer xixi ou cocô. Porém, esse processo é naturalmente longo; sendo assim, pode haver falhas, o que requer muita paciência de quem cuida do pequeno.

O que pode provocar o escape do xixi após os 5 anos de idade:

  • Atraso na maturidade neurológica;
  • Baixa concentração do hormônio antidiurético à noite;
  • Incapacidade de acordar ao sinal de bexiga cheia;
  • Hereditariedade.

 

xixi na cama

Mas e o fator psicológico? Ele não leva à enurese noturna e, sim, à alteração do comportamento por baixa autoestima, vergonha dos amigos, parentes e medo de repreensão pelos pais.

Uma importante ferramenta para diagnosticar e escolher o melhor tratamento é o diário da urina (chamado miccional): observar e anotar como anda o mecanismo do seu filho para repassar ao pediatra.

Exames complementares são necessários apenas se existirem outros sintomas associados e suspeita de outro distúrbio.

Já o tratamento varia de acordo com as características e necessidades de cada paciente; no geral, consiste de terapias comportamentais, uso de alarme noturno e medicações.

Como pudemos ver, estes eventos são complexos e podem demorar amadurecer em algumas crianças. Assim, parte importante do tratamento é o reforço positivo de premiar as noites secas e não repreender as molhadas.

As perdas de xixi são involuntárias, portanto, não adianta brigar e pressionar a criança. Quando elas se sentem motivadas, o processo de resolução é mais rápido!

Tem dúvidas? O acompanhamento profissional é essencial! Os especialistas da Pueritia são preparados para auxiliar sobre este e diversos outros assuntos em relação à saúde e desenvolvimento de seu filho; entre em contato conosco e marque uma consulta: www.pueritia.com.br.