Já falamos algumas vezes por aqui, e em nossas redes sociais, sobre as idas desnecessárias a prontos-socorros. Dessa vez a reflexão é parecida, mas com algumas diferenças: devido a essa pandemia do coronavírus, o isolamento se tornou uma realidade para muitas famílias e, consequentemente, a saída de casa é somente para o necessário, até quando se trata de levar as crianças em pronto-socorro.
Como médica, posso dizer que a sala de emergência está vazia; atualmente passam poucas crianças diariamente – e sim, isso é ótimo! As orientações de todos ficarem em casa e buscarem atendimento apenas em casos graves estão sendo seguidas; dessa forma, os pequenos (que na maioria são assintomáticos) não transmitem o vírus e também não correm o risco de pegar o coronavírus e outras doenças virais graves.
Segundo uma reportagem do G1, desde o começo da pandemia, a procura pelo pronto atendimento infantil 24 horas de um hospital em Mogi das Cruzes, em São Paulo, caiu 77% – dados da Secretaria Municipal de Saúde.
Então, a (boa) reflexão deste texto é: agora que há o medo do pronto-socorro por causa da COVID-19, que tal adotarmos essa mudança? Afinal, já se sabe que levar as crianças neste local apenas com uma queixa banal ou crônica é perigoso, pois não se sabe o que a pessoa ao lado pode carregar (em termos de doenças contagiosas); nosso filho pode ter entrado com um quadro simples e sair com algo mais grave que se desenvolverá nos próximos dias.
Vamos adotar a realidade de hoje
Em dias normais, um pronto-socorro pode carregar bactérias causadoras de meningite, vírus sincicial respiratório, que causa bronquiolite e é muito grave para diversas crianças, influenza e muitas outras doenças, conforme já destaquei, e que o pequeno pode contrair no atendimento de emergência de um hospital.
Inclusive, pesquisas já foram levantadas sobre o tema: de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 75% das visitas a prontos-socorros não precisariam ocorrer. E em muitos casos, os pais e responsáveis levam seus filhos pelos motivos de sensação de uma solução rápida, exames feitos na hora, praticidade, não saber o que fazer, falta de informação e orientação.
É claro que existem quadros em que o pronto-socorro se faz necessário, mas quando há sintomas leves de febre, tosse, coriza, mas a criança no geral está bem, brincando e conversando, os pais e responsáveis podem tratar em casa. Não vá ao pronto-socorro por “desencargo de consciência”.
Vamos aproveitar o medo dessa doença desconhecida e grave para repensar a quantidade de vezes que levamos o pequeno no PS, sendo a maioria delas desnecessariamente? O ideal é mantermos essa realidade de hoje: procurar o atendimento do local somente em emergência!
Em paralelo, continue apostando na puericultura: acompanhamento da criança com excelência e na prevenção de doenças. Mesmo sem atendimento presencial nesse momento, é possível continuar o contato online com o pediatra de seu pequeno para tirar todas as dúvidas, acompanhar e orientar adequadamente. Nós, da Pueritia, estamos disponíveis no número: (11) 95698-8076 (WhatsApp).