Excesso de ferro é menos frequente, mas também pode acometer crianças

Postado em 25 de março de 2021 por .

Muito se fala da falta de ferro no sangue, mas quase nada sobre o excesso de ferro. Isso tem um motivo: a falta é bem mais frequente do que o excesso! Na infância, então, bota mais frequente nisso. Mesmo assim, a condição existe, e devemos ficar de olho!

O excesso de ferro pode acometer o nosso corpo de duas maneiras: 

  • Forma primária, decorrente de uma doença genética chamada Hemocromatose Hereditária;
  • Decorrente de outras doenças ou situações que cursam com aumento de ferro (depois de várias transfusões de sangue, por exemplo) – o que chamamos de forma secundária.

Como acontece o excesso de ferro no corpo?

Para você ter uma ideia, apenas depois de aproximadamente 10 transfusões de sangue é que começamos a ter um acúmulo de ferro no corpo. Isso acontece porque o organismo não sabe eliminar o excesso de forma eficiente.

Normalmente, a doença só se manifesta na vida adulta – a sobrecarga de ferro pode ocasionar alterações no coração (arritmia), no pâncreas (diabetes), na pele (escurecimento) e no fígado (causando cirrose). Mesmo assim, caso tenha histórico familiar do quadro, é válido investigar a criança, para evitar os possíveis danos à saúde. 

Ressalto que o excesso de ferro é muito difícil de ocorrer apenas com a alimentação (carne, beterraba ou feijão, por exemplo) ou uso de suplementação – então pode ficar tranquilo e sempre busque orientações do médico do seu filho.

Excesso de ferro

Diagnóstico e tratamento

O tratamento é bastante simples: fazer sangrias seriadas – e a frequência deve ser decidida pelo médico, que vai analisar cada caso. Esse sangue não deve ser utilizado para doação, pois geralmente quem precisa receber transfusão de sangue já tem excesso de ferro pela forma secundária, ou seja, usar um sangue com sobrecarga de ferro só piora o cenário! 

A investigação é feita com exames de sangue, dosando principalmente o perfil do ferro – que deve ser feito apenas quando existe histórico familiar de sobrecarga. Não há indicação de triagem em nenhuma idade.

A doença não tem cura, mas fazendo o tratamento correto, não há evolução para os danos nos órgãos citados. 

É sempre importante fazer o acompanhamento com um pediatra e hematopediatra. Entre em contato conosco e agende um horário – também atendemos por teleconsulta!