Hipertensão infantil: vamos ficar de olho na pressão das crianças

Postado em 4 de fevereiro de 2021 por .

Você sabia que, assim como os adultos e idosos, as crianças também podem ter pressão alta? A hipertensão infantil é silenciosa e pode afetar os pequenos e adolescentes de qualquer idade.

Dra. Ingrid Tremper, cardiologista pediátrica

Um dos fatores de risco é o sedentarismo; por isso, temos que ficar atentos à saúde deles, principalmente durante a quarentena, momento em que estão se movimentando menos.

Nos primeiros anos de vida, a hipertensão infantil pode ser um sintoma de alguma outra doença, como problemas renais, nos pulmões, doenças cardíacas ou hormonais – chamamos isso de hipertensão arterial secundária.

Quando devo suspeitar que meu filho tem hipertensão?

Apesar de silenciosa, é possível identificar alguns sinais no dia a dia da criança, como alteração no sono, dor de cabeça, irritabilidade, tontura, falta de ar, cansaço com pouco esforço e o famoso zumbido no ouvido.

Crianças a partir dos 3 anos devem medir a pressão arterial uma vez por ano. Antes disso, apenas em condições especiais, como em bebês prematuros, de baixo peso, com doenças cardíacas ou renal, diabéticos e transplantados. Devemos ficar atentos também com as crianças com sobrepeso ou obesidade, e que têm histórico familiar de hipertensão.

Vale ressaltar que uma medida com valor alterado não é suficiente para diagnosticar a criança ou adolescente com hipertensão – afinal, só de entrar no consultório médico, o nervosismo pode tomar conta do corpo e alterar o exame. Por isso, a comprovação da condição só é possível depois de três aferições em momentos e condições diferentes, em que todos apresentem resultados altos.

“Dra: tem tratamento para hipertensão infantil?”

Hipertensão Infantil

Nem todos os casos precisam de medicamentos, inicialmente sempre prescrevemos mudança do estilo de vida e, se possível, atividade física; tudo vai depender da avaliação e da necessidade – essas recomendações, inclusive, são confirmadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). As medicações são para casos específicos e/ou refratários.

Uma das mudanças é adotar a dieta saudável e equilibrada, com redução de sal e gorduras. Invista em alimentos de verdade, como frutas, verduras e castanhas, e não deixe de incentivar seu filho a praticar atividade física – mesmo em casa, o importante é se movimentar!

Vamos cuidar com carinho de nossas crianças para crescerem cheias de saúde. Se você perceber algum sinal diferente no seu filho, comente com o médico dele durante a consulta de rotina.

Sou cardiopediatra da Pueritia, cuido do coraçãozinho e também trato a hipertensão nos pequenos – agende o seu horário e vamos conversar!