Esclarecendo dúvidas sobre o novo coronavírus em crianças

Postado em 30 de julho de 2020 por .

A doença causada pelo novo coronavírus, a Covid-19, tem crescido no mundo inteiro. São considerados casos suspeitos pessoas que apresentam febre, sintomas respiratórios agudos, com tosse ou falta de ar. E o que se sabe até agora sobre o novo coronavírus em crianças?

Na maioria dos casos, a infecção nas crianças é assintomática – e o que isso significa? Significa que a criança contrai o vírus, mas não tem sinais. E nos casos sintomáticos, os sintomas costumam ser leves, semelhante a quadros de resfriado/gripe, com ou sem febre, tosse e secreção nasal, com resolução espontânea e sem gravidade.

Existem poucos quadros graves relatados em crianças, em comparação com a população geral, e ainda não há estudos conclusivos que expliquem essa diferença de gravidade.

coronavírus em crianças

Mesmo que os casos graves sejam raros, existem relatos dos que evoluíram para o que chamamos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica. Nesse quadro ocorre uma inflamação generalizada no organismo, com necessidade de internação em UTI, respiração com ajuda de aparelhos e, às vezes, até diálise. Até o momento temos poucos casos relatados, e são geralmente relacionados à crianças com doenças de base.

Embora a grande maioria das crianças tenha a infecção de forma assintomática ou com quadros muito leves, é essencial lembrar que as elas podem transmitir o vírus – mesmo sem sintomas! E aí a importância de manter o distanciamento social, especialmente dos mais velhos, vovôs e vovós, além de demais pessoas do grupo de risco.

Ainda é importante ressaltar que crianças também podem ser do grupo de risco caso tenham doenças crônicas, como deficiência imunológica, problemas respiratórios crônicos (como asma), doenças cardíacas, doença renal crônica, diabetes, além de pequenos que fazem uso de medicações imunossupressoras e quimioterapia – e nesses casos, a infecção pelo Covid-19 tem maior risco de gravidade.

Com o longo período de quarentena, aulas suspensas e o atual processo de afrouxamento do isolamento, surgem algumas dúvidas sobre o novo coronavírus em crianças que abordamos abaixo – confira e compartilhe!

As crianças saudáveis, podem sair de casa?

São mais de quatro meses em isolamento, sabemos que é quase impossível não sair um pouco com elas, mas precisamos manter alguns cuidados. Os quintais dentro de casa estão liberados. Já as áreas comuns de condomínio devem ser evitadas nos horários de maior fluxo. Ao dar um breve passeio, procure horários e locais com pouco fluxo de pessoas, mantenha o distanciamento e evite que a criança toque ou pegue em objetos de uso comum.

Devo colocar máscara no meu filho maior e no bebê?

Na criança maior, sim, mas não no bebê. A recomendação do Ministério da Saúde para as crianças com menos de 2 anos é não usar máscaras. Por quê? Bebês e crianças muito pequenas não têm controle motor adequado e a máscara pode dificultar a respiração, aumentando o risco de asfixia. Além disso, os bebês ainda não conseguem entender que não podem colocar a mão, aumentando o risco de contaminação. Para protegê-los, neste momento, a maneira mais eficiente é o distanciamento social. Caso a saída seja necessária, a mãe ou o responsável deve usar a máscara, manter a distância segura de outras pessoas e lavar frequentemente as mãos – chegou em casa? Banho e roupas para lavar!

Meu filho é do grupo de risco, quais cuidados devo ter?

Já sabemos que a gravidade da doença pode ser maior em crianças do grupo de risco. Por isso, apesar da flexibilização da quarentena, fique em casa, evite receber visitas de amigos e familiares e mantenha o cuidado com a lavagem das mãos, uso do álcool em gel e máscaras quando as saídas forem inevitáveis. MUITO IMPORTANTE: se o pequeno já faz uso de medicamentos contínuos, eles devem ser mantidos normalmente, assim como a programação das consultas e vacinas – qualquer dúvida fale com o seu pediatra.

O novo coronavírus apresenta risco para um bebê em gestação?

Não há evidências científicas que demonstrem transmissão da mulher grávida para o feto. O vírus também não foi detectado no leite materno, por essa razão, mesmo as mamães com coronavírus positivos devem amamentar! A única recomendação é manter o uso da máscara e ter cuidados gerais, como lavar bem as mãos antes de pegar o recém-nascido.

Existem medicações específicas para tratar a infecção pelo novo coronavírus?

Apesar de muitas matérias relacionadas ao uso de medicações como a Hidroxicloroquina e a Ivermectina, até o momento NÃO há evidências científicas que demonstrem eficácia e resposta clínica desses remédios no tratamento contra a Covid-19. Diversos estudos estão sendo realizados no mundo todo, com milhares de pacientes testando diversas medicações, mas até o momento nenhum deles demonstrou benefícios para o uso.

Dúvidas sempre com o pediatra!

Caso o seu pequeno apresente os sintomas, é importante contatar o pediatra e fazer uma consulta online ou presencial, dessa forma ele poderá instruir de maneira adequada o que deve ser feito. Evite o pronto-socorro do hospital, caso sejam sintomas leves, como na maioria dos casos.

Vale lembrar que na Pueritia estamos atendendo presencialmente quando necessário, com todo cuidado para manter a criança, a família e o médico seguros, e também por consulta online, que é igualmente eficiente. Para mais informações, entre em contato conosco e agende sua consulta: (11) 95698-8076 (WhatsApp).