Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE): saiba o que é e como tratar

Postado em 24 de novembro de 2021 por .

O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE) é um transtorno alimentar que foi descrito pela primeira vez em 2013 no Manual de Saúde Mental da Academia Americana de Psiquiatria (DSM-5), e abrange todas as faixas etárias, desde crianças até adultos. É caracterizado por sintomas de restrição e evitação alimentar, o que pode trazer impactos na saúde física (perda de peso ou deficiências nutricionais), dependência de suplementos nutricionais e prejuízos sociais.

Além disso, essas crianças e adolescentes com TARE podem apresentar uma ou mais das características abaixo:

  • Subtipo sensorial: sensação de que novos alimentos apresentam gosto, cheiro ou textura diferente, o que incomoda muito, e por esse motivo se sentem mais seguros comendo apenas os alimentos que já conhecem muito bem;
  • Subtipo falta de interesse pela comida: ausência da sensação de fome, no qual comer é uma obrigação ou ficam satisfeitos muito rapidamente;
  • Subtipo medo de consequências aversivas: ter uma experiência traumática com alguma comida (vômito, engasgo, reação alérgica, entre outros) e por esse motivo passam a evitar certos alimentos que remetem a experiências negativas.

É importante compreender que pacientes com TARE não podem e nem devem ser rotulados como “chatos para comer”. Também é importante lembrar que, por se tratar de um transtorno psiquiátrico, o único profissional que pode fazer esse diagnóstico é o médico psiquiatra, preferencialmente especialista em transtornos alimentares.

Como tratar o TARE

Estabelecido o diagnóstico de TARE pelo médico psiquiatra, o tratamento é multiprofissional (psiquiatra, nutricionista, psicólogo, pediatra, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional) e individualizado de acordo com as características de cada criança e adolescente (subtipos de TARE).

O papel da nutricionista neste tratamento é corrigir as deficiências nutricionais (se houver), auxiliar na manutenção ou aquisição de um peso saudável e no aumento e diversificação do repertório alimentar (comer alimentos dos principais grupos alimentares, como pães, massas, frutas, legumes, carne, leite e derivados, entre outros).

TARE

A duração do tratamento vai depender dos mecanismos mantenedores do TARE (influenciado pelo subtipo) e do estado nutricional da criança (se está desnutrida, se tem deficiências nutricionais, entre outros). É um processo longo que exige persistência e comprometimento da família, e uma parceria com os profissionais, no qual cada passo é uma conquista.

Vale ressaltar que os pais e responsáveis não devem se sentir culpados e que há tratamento e melhora do TARE. Além disso, cada criança e adolescente tem seu tempo e suas particularidades que precisam ser respeitadas, e que o sucesso do tratamento está em seguir o acompanhamento com uma equipe multiprofissional especializada.

Estou à disposição para lhe auxiliar com este cuidado – agende um atendimento comigo na Clínica Pueritia!