O bebê acabou de mamar e o alimento voltou – e é aí que a preocupação toma conta de muitas famílias! Será que é uma simples regurgitação? Primeiro, precisamos entender as diferenças entre regurgitação, refluxo em bebês e crianças chamado gastroesofágico (RGE) e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
O RGE ocorre quando há o retorno do alimento do estômago para o esôfago, podendo voltar e atingir garganta, boca e vias aéreas superiores, entre o nariz e a boca (regurgitação). Já a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), ocorre quando o RGE está causando sintomas exacerbados que limitam as atividades habituais ou quando levam à complicações.
Doença à parte, saiba que a regurgitação é absolutamente comum em recém-nascidos e lactentes, e é popularmente conhecida como “golfada”; as regurgitações podem ocorrer inúmeras vezes por dia, e na imensa maioria das vezes são auto limitadas e não causam nenhum problema para o bebê.
As regurgitações podem surgir no primeiro mês de vida do pequeno, são mais intensas entre os dois e quatro meses de vida, melhorando a partir dos seis meses e podendo durar até os 18 meses. Dos dez aos 12 meses, apenas 5% são acometidos pelo desconforto. E por que elas ocorrem?
- Imaturidade do sistema digestivo antirrefluxo no primeiro ano de vida;
- Alimentação totalmente líquida nessa fase;
- Posição, por se tratar de um recém-nascido/bebê que fica a maior parte do tempo deitado.
Para evitar as regurgitações, após a amamentação, deixe o bebê de 20 a 30 minutos em posição vertical (de pé). Também há as opções de espessantes (famosas fórmulas antirrefluxo) para os bebês que não estão em aleitamento materno, redução do volume das refeições e aumento da frequência. Na hora de dormir, a melhor posição é a de barriga para cima.
Entendendo a doença do refluxo
Apesar da frequência de refluxo fisiológico ser muito maior, a doença do refluxo, quando presente, precisa ser diagnosticada e tratada adequadamente – sempre com o gastropediatra, que irá avaliar o caso.
E como sei que se trata da doença? Quando o refluxo em bebês e crianças ocorre de uma forma exacerbada e causa qualquer tipo de desconforto e/ou alguma complicação.
A condição pode afetar desde os bebês até adolescentes, causando vômitos anormais e persistentes, irritabilidade, dificuldade de ganho de peso no caso dos menores; nas crianças maiores, as principais queixas são de azia, dor e queimação localizada no meio do peito ou na região do estômago.
No geral, para tratar as crianças com diagnóstico de doença do refluxo, é necessário o uso de medicações e eventualmente da realização de cirurgia – em casos complicados ou que não respondam aos medicamentos.
Anote o resumo: o refluxo e a regurgitação em bebês é comum e, sim, pode acontecer várias vezes no dia; com o desenvolvimento do bebê, os episódios tendem a se reduzir; e bebês raramente precisam de tratamentos, é a avaliação médica que define o diagnóstico e essa necessidade.
A seguir, confira os sintomas e sinais que podem estar associados à doença do refluxo em bebês e crianças de 0 a 18 anos:
Visitas regulares ao pediatra são importantíssimas para o acompanhamento da saúde de seu filho, desenvolvimento saudável e, principalmente, diagnóstico e encaminhamento ao especialista quando se trata de condições como a que citamos por aqui. Não deixe de levar seu pequeno ao pediatra e tirar todas as dúvidas com ele!