Transtornos Alimentares na Infância e Adolescência

Postado em 26 de fevereiro de 2021 por .

Tatiana Kapustin (CRN-3 38619)
Nutricionista

É cada vez mais comum relatos de profissionais da saúde em relação aos transtornos  alimentares em crianças e adolescentes. Mas o que fazer? Como prevenir? Como tratar? São  muitas as dúvidas que surgem a respeito deste assunto devido a quantidade de informações nas mídias, o que dificulta para os pais/responsáveis saber qual caminho seguir.  

Precisamos ficar atentos para poder identificar e buscar o tratamento adequado. Os transtornos  alimentares mais comuns na infância e adolescência são: Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa,  Transtorno da Compulsão Alimentar e Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo.  

A Anorexia Nervosa é descrita por uma perda excessiva de peso corporal, estando abaixo do  peso ideal para a altura, idade, sexo e estágio de desenvolvimento com um medo intenso de  ganhar peso, acompanhado por uma distorção da imagem corporal (mais frequente nos  adolescentes, sendo que há relatos em crianças mais novas – até de 8 anos). O tratamento  nutricional tem como objetivo a recuperação do estado nutricional e o restabelecimento de uma  relação saudável com a comida e o corpo.  

A Bulimia Nervosa (BN) é caracterizada por episódios de compulsão alimentar, distúrbios da  imagem corporal e comportamentos compensatórios inadequados visando a perda de peso. A  faixa etária de maior risco o final da adolescência e início da vida adulta (17 a 21 anos). O  tratamento nutricional tem como objetivo auxiliar o paciente a lidar com as complicações  nutricionais e os sintomas da BN.  

Transtorno Alimentar

O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE) é caracterizado por: perda de peso ou atraso  de crescimento em crianças, deficiência nutricional significativa verificada pelos exames de  sangue e físicos. Há uma falta de interesse intensa pela alimentação. A faixa etária de maior risco  é variável, sendo comum nas crianças em idade pré escolar (antes dos 5 anos) e sendo descrito  também nas mais velhas (8 a 13 anos). O tratamento nutricional tem objetivos diferentes de  acordo com o subtipo de TARE e pode envolver o aumento do repertório alimentar, recuperação  do estado nutricional e o estabelecimento de uma melhor relação com a comida. 

O papel do nutricionista especialista em transtornos alimentares segue uma abordagem  diferenciada, sendo um terapeuta nutricional que irá auxiliar no restabelecimento de uma  relação saudável com a comida, utilizando ferramentas como o diário alimentar e estabelecimento de metas junto a criança/adolescente e o responsável.