Cresce o uso de telas entre crianças e adolescentes

Postado em 27 de fevereiro de 2020 por .

Hoje em dia é raro uma criança não brincar com alguma tela (celular, tablet ou computador), e sabemos que é muito difícil proibir e restringir: a luta é tentar adiar a exposição o máximo possível. Porém, o uso de telas entre crianças deve ser monitorado e controlado, sim, pois os aspectos negativos só crescem nas pesquisas.

Dentre os diversos estudos, este que foi realizado em abril de 2019 pelo Ipsos KnowledgePanel mostra as atividades diárias de mídia e internet de 1.677 crianças e adolescentes de 8 a 18 anos, nos EUA. O topo do ranking ficou na categoria assistir TV, com 63%, seguidos dos vídeos onlines (56%), escutar música (47%) e jogos pelo celular (46%). Apenas 35% dos pequenos que responderam à pesquisa afirmaram ler por lazer.

uso de telas

No último guia da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2019 também sobre este tema, a orientação sobre o uso de telas deixou claro: brincar mais, dormir melhor e passar menos tempo em contato com televisão, tablet e celulares! O documento afirma que menores de um ano de idade não devem ser expostos às telas de forma passiva por nenhum momento – a exceção fica para o contato com familiares via telas (vídeo-ligações) e, portanto, interação ativa com os aparelhos.

O uso de telas pode ser aceito para atividades passivas (como ver desenhos ou filmes), mas apenas após os DOIS ANOS de idade, por no máximo uma HORA por dia – e fica a dica do último texto sobre este tema assinado pela Dra. Juliana Franco, nossa hematopediatra e pediatra geral: quanto menos, melhor!

Uso de telas: a regra não é só para os pequenos

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também lançou um manual este ano com recomendações, no qual reforça o não uso para menores de dois anos, e os que têm entre 2 e 5 anos uma utilização por no máximo 1 hora por dia; a orientação para os maiores de cinco anos é no máximo 2 horas por dia.

“Ah, mas meu filho já está maior, quase um adolescente, não tem problema ficar o dia todo e à noite usando, certo?”. Errado! Eles também não devem abusar, precisam vivenciar mais os estímulos fora do digital, realizar atividades físicas e se socializarem.

Nessa faixa etária, o manual estabelece indicações práticas para o uso de telas com limite máximo de 2 horas por dia para crianças entre 6 e 10 anos. Já para os adolescentes entre 11 e 18 anos, um período de 3 horas é o suficiente e mais seguro – “virar a noite” jogando é um hábito negativo que pode ser prejudicial para o seu desempenho escolar e social.

É importante salientar, no entanto, que todos os períodos recomendados sobre o uso de telas não sejam diretos. O essencial é que a cada 20 minutos os pequenos e adolescentes façam uma pausa, andem, mexam-se um pouco e descansem a visão. E mais: nada de telas durante as refeições e o ideal é sempre desconectar uma a duas horas antes de dormir.

A exposição excessiva e inadequada pode trazer inúmeros malefícios, desde a fase infantil – a obesidade, pela inatividade física, é um deles. Além disso, pode gerar impacto no desenvolvimento motor e cognitivo da criança, transtorno de alimentação e sono, afetando a sua saúde ao longo da vida.

Com isso, fica a nossa prescrição: definam e apliquem com mais segurança o tempo recomendado do uso de telas de acordo com a idade do seu filho. Estimule os bebês com afeto e carinho presencial, brinque ao ar livre com seus filhos e incentive uma prática de atividade física que eles gostem.