Insulina para criança: quando usar e qual?

Postado em 21 de maio de 2021 por .

Infelizmente o diabetes também acomete crianças e adolescentes – o mais comum nessa faixa etária é o tipo 1. É uma doença autoimune, onde corpo começa a produzir anticorpos que destroem o pâncreas, prejudicando a produção de insulina. A solução é repor essa insulina para criança de forma artificial.

A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, atua como a “chave” que vai abrir a “fechadura” das células, deixando entrar o açúcar dos alimentos para que seja transformado em energia. Quando a criança tem diabetes, ou seja, uma deficiência desse hormônio, seja pela falta de produção (diabetes tipo 1) ou resistência à ação da insulina no organismo (tipo 2), o açúcar não consegue entrar na célula e fica se acumulando na corrente sanguínea, causando hiperglicemia.

Por mais que não tenha cura, é possível controlar a doença e viver muito bem com ela. Em crianças com diabetes tipo 1, as injeções de insulina são essenciais, além de uma dieta saudável e exercícios físicos regulares. No caso da diabetes tipo 2, além da rotina mais saudável, às vezes são necessários comprimidos que ajudam o pâncreas a produzir mais insulina ou facilitam a ação do hormônio. Só numa fase mais avançada da doença, em geral no adulto, pode ser necessária a associação de insulina.

Tipos de insulina para criança

Hoje em dia existem diversos tipos de insulina para controle do diabetes – as principais diferenças entre elas são o tempo que levam para começar a agir (início de ação) e quanto tempo ficam ativas no corpo (duração). Sempre é necessária uma combinação de 2 insulinas: uma mais lenta (que chamamos de basal) e outra mais rápida (que chamamos de bolus, para os momentos que nos alimentamos ou para baixar rapidamente uma glicemia já alta).

As insulinas podem vir em frascos, para aplicação com seringa e agulha, ou em canetas descartáveis. Outra opção, ainda, é a bomba de insulina – que nada mais é que um dispositivo com um reservatório de insulina dentro e que injeta de forma automática a insulina ao longo do dia.

Existem basicamente 4 tipos:

  • Ultrarrápida: como o nome diz, começa a funcionar em 10-15 minutos, tem seu pico em 1-2 horas e duração entre 3-5 horas. Ex: Apidra (Glulisina), Humalog (Lispro), Novorapid (Asparte);
  • Ação rápida (Insulina Regular): demora de 30 minutos para estar ativa na corrente sanguínea, pico entre 2-3horas e duração de 6 a 8 horas;
  • Ação Intermediária (NPH): início de ação em 1-3horas, pico entre 5-8horas e age por 10-18 horas no organismo;
  • Longa ou ultra longa duração: são as que levam mais tempo para agir (início 1-4h após aplicação), não têm pico (sua grande vantagem) e podem durar de 18-42h! Ex: Lantus (Glargina), Levemir (Detemir), Tresiba (Degludeca) e Toujeo (Glargina U300).
Insulina para criança
Sociedade Brasileira de Diabetes

A combinação de insulinas e as respectivas doses é algo complexo e deverá ser feito pelo endocrinopediatra!

“Mas Dra. Paula, a dose não podia ser em comprimido para facilitar?” Infelizmente, não. Pílulas ou cápsulas no estômago sofrem com o suco gástrico ácido e não funcionam. Enquanto isso, agulhas cada vez menores e dispositivos como canetas e infusores já ajudam e vale o diálogo aberto com a criança, que aos poucos vai entendendo e aceitando a nova rotina de aplicações.

Insulina para criança
IBTED-Tecnologia e Educação em Diabetes

Quando suspeitar que a criança tem diabetes?

Insulina para criança

Quando o excesso de açúcar fica na corrente sanguínea, ele precisa ser eliminado de alguma forma – o corpo então tenta jogar esse açúcar fora pela urina. A criança começa a urinar muito mais, aumentam as idas ao banheiro e, consequentemente, a criança passa a sentir mais sede.

Como as células não têm açúcar, começam a usar a gordura para transformar em energia, causando perda de peso e aumento da fome. Esses são os principais sinais da condição que merecem atenção!

Entendendo como a insulina para criança funciona, você e a equipe multidisciplinar (endocrinopediatra, nutricionista, enfermeira e psicólogo) podem planejar melhor as refeições, os horários e as atividades físicas que fazem parte do tratamento.

A terapia é individual e deve se ajustar ao estilo de vida da família e necessidade do pequeno – e isso demanda paciência. Conforme a fase de vida da criança, tempo de doença e outros fatores, a necessidade de insulina varia, por isso um acompanhamento regular é essencial. Agende uma consulta comigo e vamos juntos promover a saúde do seu filho!